Como evitar problemas na execução do projeto e da obra
- Sebastiana Habitare
- há 5 dias
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Gabriela Vilarrubia e Fabiana Villegas explicam como o planejamento evita imprevistos que se tornam 'causos' dos moradores depois das dores de cabeça
Texto: DC33 Comunicação

Quando se trata de obra, o ditado "o barato sai caro" raramente falha. Improvisos, decisões de última hora e falta de planejamento são os principais causadores de atrasos, custos extras e frustrações para quem está vivendo o processo de construção do zero ou reforma. Segundo as arquitetas Gabriela Vilarrubia e Fabiana Villegas, do Vilaville Arquitetura, essas situações acontecem como uma reação em cadeia e apontam que a base está em um elemento-chave: um bom projeto executivo.
"Ele é como uma ordem de serviço detalhada que define todas as interferências, alterações e acabamentos da obra, servindo como manual para o cliente, o empreiteiro e todos os envolvidos", destacam.
Mas como é feito o projeto executivo?

As profissionais relatam que o conteúdo é abrangente e minucioso. Para chegar nesse status, em uma fase anterior, o anti-projeto é responsável por indicar, inclusive, o direcionamento estético da obra. "Nesse momento definimos as intenções de paletas de cores e os demais materiais que darão forma aos ambientes", esclarecem.
E essas escolhas são puramente da 'cabeça' das arquitetas? Elas declaram que não e justificam que todas as deliberações são frutos das preferências indicadas pelos clientes. "Como profissionais, é essencial que ouçamos atentamente as referências que eles nos trazem para buscarmos os materiais que atenderão essas expectativas", dizem. Com isso, o projeto executivo não apenas informa as questões técnicas, como entrega o moodboard para que o futuro morador consiga assimilar as texturas, tons e sensações que viverão em sua casa.

E depois?
Com tudo planejado no papel (e nos meios eletrônicos), é hora de estabelecer o cronograma de obra, documento que destrincha todas as etapas do projeto. De acordo com Fabiana e Gabriela, essa visão faz com que os clientes acompanhem o andamento da obra, que funciona de forma bastante sintonizada. "Essa organização evita desperdício de tempo e aquela imagem de profissionais perdidos ou de braços cruzados por não poder seguir com uma tarefa em decorrência de outra que ainda não foi finalizada", revelam.
Além disso, o cronograma impacta no desembolso financeiro, que é uma questão sensível. "Quem está em obra, sempre se preocupa com o orçamento apertado para realizar tudo o que é preciso. Por isso, além da cotação sobre o melhor preço, o faseamento dá um fôlego, pois a compra acontece de acordo com o momento de cada processo", enfatizam as arquitetas, emendando que esse cuidado também evita que o imóvel fique, desnecessariamente, com um excesso de estoque de materiais.

Mais algumas dicas compartilhadas pelas profissionais:

Fabiana e Gabriela são uníssonas em afirmar que a transparência entre as parte é imprescindível. "É justamente por isso que produzimos todo o material que contamos para só depois começar a obra", argumentam.
Ainda sobre o projeto executivo e o cronograma, elas reiteram que ambos os conteúdos evitam compras em excesso, quantidade insuficiente, ou até de qualidade inadequada. "É comum vermos clientes adquirindo uma argamassa genérica que não se adequa ao tipo de revestimento ou ao ambiente de aplicação. Isso pode gerar retrabalho e desperdício", alertam.
Tal qual uma roupa sob medida, assim acontece com o mobiliário e, por isso, as profissionais ressaltam que tudo é considerado de acordo com as dimensões dos ambientes, seja com a marcenaria planejada ou com móveis soltos. "Um sofá ou uma cama maior atrapalham a circulação do ambiente e se tornam um estorvo no dia a dia da casa. Tudo o que escolhemos é com base nas necessidades do cliente – tanto no que diz respeito às medidas, como as demandas que nos foram solicitadas", exemplificam.
Por fim, ainda que tudo tenha sido milimetricamente estudado, imprevistos cotidianos podem acontecer, como avarias no transporte ou instalação de um revestimento. Nestes casos, o conselho das arquitetas é paciência. "Ter um projeto alinhadinho não elimina 100% dos riscos, mas diminui consideravelmente as chances de falhas. Além disso, a contratação de mão de obra com referência e o gerenciamento de obra são outros aliados para que, no final, tudo dê certo", concluem Fabiana e Gabriela.