Arquitetura com propósito: 5 reflexões para projetar espaços com alma
- Sebastiana Habitare
- há 4 horas
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Mais do que seguir tendências, projetar um espaço hoje vai além: exige escuta, presença e responsabilidade para se tornar memória, vínculo e permanência
Texto: Gillian Caetano Comunicação | Fotos: Agência 020

Mais do que acompanhar tendências ou criar imagens impressionantes, projetar um espaço hoje exige escuta, presença e responsabilidade. Em tempos de excesso visual e consumo acelerado, a arquitetura que acolhe e transforma parte de um lugar mais profundo: o da escuta ativa e do repertório expandido.
Esse foi um dos temas debatidos no mais recente encontro promovido pela Casa Repertório - movimento idealizado por Beatriz Venâncio e Marília Turíbio e realizado pela Archademy Distrito Federal. Reunindo profissionais de diferentes áreas - arte, design, tecnologia e arquitetura -, o evento aconteceu no último dia 21 de maio, em Goiânia, na Galeria Cerrado, e reforçou a importância de um pensamento que vá além da estética e se conecte com ética, bem-estar e relevância cultural. “Cada experiência é desenhada para fomentar não apenas projetos, mas legados”, pontua Beatriz Venâncio.

A seguir, confira cinco pontos que devem ser considerados por arquitetos e designers na concepção de projetos contemporâneos:
1. Design que escuta
Projetar não é aplicar fórmulas. É entender que cada espaço deve responder às singularidades de quem vai habitá-lo. A verdadeira casa é aquela que acolhe porque foi pensada com empatia. Arquitetura com presença nasce do diálogo - e não de referências prontas.
2. Estética com ética
A beleza, quando desvinculada do propósito, se torna ruído. A construção de um espaço significativo exige coerência entre forma, função e impacto. Materiais, processos e escolhas devem refletir valores sustentáveis e respeito à cultura local.

3. Memória como matéria-prima
Incorporar a história e os afetos dos moradores no projeto cria vínculos genuínos. A memória pessoal, quando bem traduzida em arquitetura, transforma o espaço em lar. Essa abordagem gera conexões emocionais que transcendem o visual.
4. Tecnologia humanizada
Dados e inovação precisam estar a serviço da experiência. É possível aliar inteligência empresarial à criação de ambientes que encantam e funcionam, sem abrir mão da sensibilidade. O futuro do design está no equilíbrio entre o digital e o humano.
5. Sensorialidade e memória como fundamentos do projeto
A artista Fabiana Queiroga compartilhou como o estudo da natureza e do cotidiano influencia sua criação, ressaltando também a importância de sua formação em artes visuais no desenvolvimento de experiências estéticas e afetivas. Ao refletir sobre o papel do sensorial no design contemporâneo, Fabiana destacou como essas dimensões ampliam o significado dos espaços, fortalecendo o vínculo com quem os habita.