Apartamento valoriza integração e vista privilegiada em São Paulo

Projeto do Studio MEMM transforma unidade de 515 m² na Vila Nova Conceição em refúgio contemporâneo marcado por fluidez, design autoral e paisagismo

Texto: Redação Habitare Fotos: Ricardo Faiani 

Localizado no 20º andar de um edifício próximo ao Parque Ibirapuera, o projeto de um apartamento, assinado pelo Studio MEMM, se abre para São Paulo com um horizonte de cerca de 270 graus, abrangendo da Zona Oeste ao ABC Paulista. Com 515 m², o projeto foi desenvolvido para uma família que buscava unir sofisticação, funcionalidade e acolhimento em um espaço que pudesse se adaptar ao cotidiano e aos momentos de encontro.

A proposta valoriza a flexibilidade: painéis pivotantes em madeira articulam os espaços sociais, permitindo ora a total integração entre estar, jantar e home theater, ora a privacidade de um ambiente mais intimista. Esse recurso traduz a essência do projeto, que busca equilibrar convivência e introspecção.

A varanda se destaca como espaço de respiro. Voltada para o pôr do sol, recebeu uma estrutura de jardineiras metálicas em tom cobre, com oito metros de comprimento, que abrigam o paisagismo de Bia Abreu. No centro, uma tora de madeira sustenta um banco de cinco metros, reforçando a fluidez do espaço. O desenho acolhe a cidade com suavidade e emoldura a paisagem sem bloquear a luz, criando uma barreira natural e elegante.

Nos interiores, a materialidade foi explorada em diferentes camadas. A madeira aparece em pisos e marcenarias, enquanto elementos metálicos em luminárias, mobiliário e ferragens refletem a luz natural. Essa combinação dialoga com o mármore travertino, presente no piso da sala, e com peças de design autoral, como a poltrona de Oscar Niemeyer. O resultado é um equilíbrio entre o natural e o urbano, o permanente e o transformável.

O lavabo traz personalidade própria, com papel de parede verde musgo, metais bronzeados e cuba em mármore Bronze Armani. A composição conversa com os tons quentes da madeira e com o travertino da área social, criando um ambiente sofisticado e levemente dramático. Já a cozinha, embora pensada para o apoio, mantém a linguagem refinada: marcenaria em madeira, armários de vidro cinza, ora fosco, ora brilhante, e porcelanato bege acinzentado.

Nos espaços íntimos, a proposta segue o mesmo olhar sensível. O quarto principal é sereno, com cortinas voil, tapetes claros e enxoval em tons suaves que emolduram a vista da cidade. A brinquedoteca, em contraste, aposta em cores mais fortes e mobiliário lúdico, com gavetas, caixas, escadas e beliches com redes. O espaço foi planejado para estimular criatividade, organização e coordenação motora, mantendo o diálogo estético com o restante do projeto. Os banheiros, em sua maioria revestidos em mármore original do edifício, foram preservados, reforçando a elegância atemporal.

O projeto traduz o equilíbrio entre contemplação e convivência. Um espaço onde a arquitetura se torna experiência, em que luz, matéria e paisagem se entrelaçam para criar um refúgio contemporâneo em meio à metrópole.