Tendo como ponto de partida uma sapataria construída no final dos anos 90, a nova loja The Caveman recebeu um desenho de grande simplicidade
Demoliram-se os tetos falsos pré-existentes em gesso cartonado, removeu-se o papel de parede e, levantando o degradado pavimento flutuante, revelou-se um piso de concreto em ótimo estado. Uma coluna em concreto aparente escondia-se detrás de quatro espelhos de chão a teto.
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Reverter o espaço ao seu estado mais elementar expôs as suas características mais fortes: um redescoberto pé-direito e uma transparência notável para a rua.
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![the caveman revista habitare](https://www.revistahabitare.com.br/wp-content/uploads/2017/11/The-Caveman-03.jpg)
Para que se atingissem os seus objetivos, a aproximação ao projeto foi pragmática, baseada num gesto simples capaz de organizar o espaço na sua totalidade e recorrendo a soluções econômicas e eficientes, dispensando acabamentos ou manutenção dispendiosos.
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O desenho resultante constitui um tributo ao valor dos materiais tal como eles são: à sua franqueza, à sua imagem natural e às suas qualidades intrínsecas.
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As paredes periféricas, infraestruturas expostas e tetos foram pintados em preto, remetendo a sua presença para um segundo plano.
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Uma grande superfície em forma de “U” acolhe os visitantes, servindo como expositor para os produtos e, através da sua desconstrução, desenhando o balcão da loja.
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As placas de aglomerado de madeira e cimento são perfuradas num padrão que permite que a área de exposição de produtos seja infinitamente reconfigurada por pinos de madeira, servindo tanto como prateleiras como cabides. Os cortes feitos às placas são mínimos e foram planeados para eliminar desperdícios.
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Estas placas são suportadas por uma estrutura de aço galvanizado que reforça a forma em “U”, retirando ênfase ao perímetro irregular da loja que emerge detrás.
![the caveman revista habitare](https://www.revistahabitare.com.br/wp-content/uploads/2017/11/The-Caveman-12.jpg)
A geometria deste plano relaciona-se com as paredes periféricas de forma a permitir desenhar um vestiário e espaços de trabalho nos espaços entre plano e paredes.
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Os quatro expositores suspensos, pendurados por cabos de aço ao longo de uma das frentes de vidro da loja, são construídos com os mesmos perfis de aço galvanizado e placas de aglomerado de madeira e cimento utilizados antes.
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Toda a loja se compõe de quatro materiais no seu estado puro: o concreto pré-existente, as placas de aglomerado de madeira e cimento, aço galvanizado e madeira.
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Com um desenho de grande simplicidade produziu-se um espaço de grande riqueza e complexidade. Embora cada parte possa parecer austera quando encarada individualmente, o seu conjunto resulta num lugar extremamente convidativo, acolhedor e acabado, definido pelas qualidades generosas dos materiais expostos, pelos detalhes cuidadosamente construídos, pela sua magnífica transparência e por uma iluminação extremamente criteriosa.