Uma casa de campo no coração do Rio de Janeiro

Sem obras estruturais, a designer de interiores Claudia Infante transforma residência no Itanhangá em refúgio de atmosfera serrana, mesclando marcenaria sob medida, peças de design e novas texturas

Texto: Redação Habitare | Fotos: Gustavo Bresciani

Transformar uma casa urbana em um refúgio com clima de campo foi o ponto de partida deste projeto assinado pela designer de interiores Claudia Infante. Localizada no Itanhangá, no Rio de Janeiro, a residência foi renovada apenas com intervenções estéticas, preservando a arquitetura original e alcançando mudanças expressivas na atmosfera dos ambientes.

A apenas 14 quilômetros do Leblon, onde vive o casal, o imóvel já pertencia ao empresário. Com o segundo casamento, surgiu o desejo de atualizar o espaço para receber a família e os amigos nos fins de semana e feriados. O pedido à profissional foi objetivo: repaginar todos os cômodos sem recorrer a obras estruturais.

“A casa tem uma arquitetura linda e já transmitia a sensação de estar na Serra, mas precisava de atualizações em praticamente todos os ambientes. Alteramos iluminação, mobiliário, tapetes, adicionamos textura e vegetação, reorganizamos quadros e investimos bastante em marcenaria”, conta Claudia.

Com a planta preservada, a marcenaria se tornou a grande aliada. Na cozinha, além de ampliar o armazenamento, os armários ganharam portas em freijó e verde acinzentado, tonalidade replicada nas paredes para criar contraste com o ladrilho xadrez no piso. Banquetas para o balcão, novas cadeiras para a copa e um projeto de iluminação completam a renovação com charme e funcionalidade.

Na suíte master, um grande painel integra cabeceira, aparador, mesa e prateleiras, permitindo a troca do layout e a adaptação de pontos de elétrica. O resultado é um ambiente mais funcional e intimista. No quarto de hóspedes, a madeira e o papel de parede criam acolhimento, enquanto no dormitório do filho um móvel multifuncional organiza e apoia a TV.

A área social recebeu mudanças pontuais, mas de grande impacto. O mobiliário original foi preservado em parte, como as icônicas poltronas Egg, de Arne Jacobsen, e Diz, de Sergio Rodrigues. Novos elementos, como o sofá Moove, de Victor Leite, mesas de centro, aparador, cadeiras de jantar e tapetes, atualizam o cenário. O layout revisado abriu espaço para um canto de leitura e para um hall de entrada acolhedor.

Na varanda, pontos de conversa foram criados com poltronas e balanço em vime. A sala de TV ganhou adornos, almofadas, tapetes e banquetas para o bar, além de um sofá renovado com novo tecido e espelhos que refletem o verde externo. “Apesar de linda, a casa tinha pouca iluminação e uma decoração sem identidade. Com mudanças pontuais e a inclusão de texturas, cores e papel de parede, conseguimos o conforto visual e a personalidade que faltavam”, conclui a designer.