Morea Asian Fusion: onde arquitetura, arte e gastronomia criam um mundo próprio
- VinÃcius Rosaneli
- há 28 minutos
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O Morea Asian Fusion revela a linguagem mais atual de VinÃcius Rosaneli, integrando tecnologia, arte e biofilia em um rooftop onde materialidade, luz e narrativa se fundem em uma experiência gastronômica contÃnua.
Texto: Redação Habitare Fotos: Paola Kiminami y Renato Rebouças

No ponto mais alto do Horto Florestal, o Morea Asian Fusion surge como um destino que transcende coordenadas. É um lugar capaz de dialogar com qualquer grande capital do mundo, mas profundamente conectado ao seu entorno. Aqui, arquitetura, arte e gastronomia formam uma linguagem única. O projeto assinado por VinÃcius Rosaneli transforma o rooftop em experiência, um campo sensorial que começa antes da primeira garfada e permanece muito depois do último gole.
O interior funciona como uma zona de transição suave, onde curvas, luz modulada e circulação fluida dissolvem limites e redefinem a leitura do espaço. A arquitetura guia o olhar e orienta o percurso, enquanto a iluminação, sempre difusa, cria profundidade e confere intimidade. Tudo ali responde a um mesmo gesto: superfÃcies, volumes e texturas se conectam com precisão e leveza, resultando em uma atmosfera coerente, contemporânea e envolvente.

O teto, revestido por musgo natural estabilizado, é um dos grandes protagonistas. A camada orgânica se estende como um dossel vivo sobre o salão, trazendo um toque de biofilia e remetendo a experiências encontradas em cidades como Tóquio, Cingapura, Londres e Nova York. Mais do que impacto estético, o material aprimora a acústica, suaviza reverberações e contribui para o conforto, uma combinação rara entre inovação tecnológica e sensibilidade ambiental.
As paredes curvas recebem murais do artista Felipe Ikehara, que introduz poesia visual ao percurso. Suas figuras femininas, linhas ondulantes e referências marinhas se integram ao desenho arquitetônico, criando uma continuidade gráfica que envolve o visitante. Folhas de ouro pontuam a composição, destacando transições e colunas com brilho cerimonial, quase ritualÃstico. A luz Ãntima encontra o metal precioso e cria instantes de contemplação que elevam a experiência.

O mobiliário, também desenhado por Rosaneli, reforça a fluidez do espaço. Sofás contÃnuos abraçam os núcleos de convivência, enquanto mesas em pedra natural revelam veios que parecem registrar o tempo. A marcenaria aquece, os tecidos acolhem, o metal reflete com discrição. O encontro entre pedra, madeira, vegetação e acabamento artesanal traduz a hospitalidade contemporânea que orienta o projeto.
Inserido na paisagem soteropolitana, mas mirando horizontes globais, o Morea constrói uma identidade cosmopolita, sem perder o tato, o calor e a aura tropical. O rooftop revela nuances que se sobrepõem como camadas: o verde suspenso que filtra a luz, o brilho dos murais, o peso suave da pedra sob as mãos, a presença feminina insinuada no desenho, o ritmo interno que vibra como uma cidade possÃvel.

No Morea, cada gesto opera em escala ampliada. A arquitetura estabelece o clima, a arte narra histórias, o musgo cria relevo, e a iluminação define o tempo. A experiência é atemporal. A fusão, arquitetônica, gastronômica, sensorial, é o eixo central que amarra tudo, transformando o restaurante em destino, e o destino em atmosfera.










