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22 de novembro de 2023

Cores de Almodóvar


No apartamento de 95 m², cada ambiente exibe personalidade própria e colorido marcante, como nos filmes do cineasta espanhol


Projetado para as temporadas de férias da proprietária no Rio de Janeiro, o espaço, idealizado por Jean de Just, traz o frescor das combinações inesperadas.


O fundo amarelo realça o móvel de madeira de demolição, comprado na serra fluminense e customizado com o quadriculado verde e branco. Ao lado da peça, foram instaladas arandelas de gesso.




Feita com a ajuda de fita crepe, a pintura da parede do quarto principal une tons fortes de rosa e laranja. A cabeceira estofada, desenhada pelo arquiteto e produzida sob encomenda, entra na mesma paleta.



Quem acompanha o trabalho do diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar sabe como ele se esmera em criar interiores expressivos, capazes de refletir toda a intensidade dos personagens. A fórmula inclui cores fortes, estampas, mobiliário vintage e objetos interessantes. “Quando a dona deste apartamento me pediu uma decoração Almodóvar, entendi exatamente o que ela queria dizer”, conta o arquiteto Jean de Just, francês que há dez anos vive e trabalha no Rio de Janeiro.




Claro que a proprietária, uma jornalista belga com raízes brasileiras e marroquinas, acostumada a viajar o mundo, havia escolhido o profissional certo. Jean é um adepto das misturas. “Não gosto de uniformidade visual, de escolher todos móveis do projeto na mesma loja. Prefiro um bom garimpo”, explica. A trajetória do arquiteto em sua terra natal contribuiu para essa visão. Ainda na faculdade, em Paris, ele estagiou com Alain-Charles Perrot, um dos arquitetos habilitados a restaurar monumentos tombados, e participou de obras no Louvre, no Grand Palais e na Ópera Garnier, entre outros. “Nesses trabalhos, desenvolvi um olhar para o detalhe, pois era comum ter de recompor ornamentos, como as boiseries”, relata. Mais tarde, Jean se tornou o braço direito de Alberto Pinto (1943- 2012), um dos decoradores mais conhecidos do mundo. “Com ele, aprendi a equilibrar as proporções e a ser eclético. Alberto conseguia apreciar todos os estilos. Essa cabeça aberta é fundamental para você não limitar sua criatividade”, acredita. Ao se mudar para a capital fluminense, Jean tropicalizou sua bagagem europeia e incorporou o espírito descontraído dos brasileiros.



A dona deste apartamento decidiu contratá-lo porque amou o que viu no Instagram do arquiteto. “Ela é muito extrovertida e queria um espaço fora do padrão”, diz o profissional. O imóvel, no Leblon, serve de base para temporadas de férias. Desde as primeiras conversas, a proprietária deixou claro que tinha um orçamento restrito. Em contrapartida, deu liberdade para que Jean pudesse ousar. Almodóvar, obviamente, inspirou o colorido. Mas como acertar nas combinações? “Algumas junções já sei que funcionam porque usei em projetos anteriores ou vi em referências. É o caso do laranja com rosa do quarto da moradora e do vermelho com azul da cozinha”, ensina.



Para experimentar novas paletas, ele aposta nos testes com amostras de tinta e garante que ninguém precisa ter receio de enjoar. “Cansou? Muda o tom. Pintar a parede é fácil, rápido e barato”. Sem medo de arriscar, Jean criou um décor surpreendente, como a proprietária imaginava.


Arquitetura & Interior Design: Jean de Just – @jdjdesignrio

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Atualizado: 1 de abr.


No apartamento de 95 m², cada ambiente exibe personalidade própria e colorido marcante, como nos filmes do cineasta espanhol


Projetado para as temporadas de férias da proprietária no Rio de Janeiro, o espaço, idealizado por Jean de Just, traz o frescor das combinações inesperadas.


O fundo amarelo realça o móvel de madeira de demolição, comprado na serra fluminense e customizado com o quadriculado verde e branco. Ao lado da peça, foram instaladas arandelas de gesso.




Feita com a ajuda de fita crepe, a pintura da parede do quarto principal une tons fortes de rosa e laranja. A cabeceira estofada, desenhada pelo arquiteto e produzida sob encomenda, entra na mesma paleta.



Quem acompanha o trabalho do diretor de cinema espanhol Pedro Almodóvar sabe como ele se esmera em criar interiores expressivos, capazes de refletir toda a intensidade dos personagens. A fórmula inclui cores fortes, estampas, mobiliário vintage e objetos interessantes. “Quando a dona deste apartamento me pediu uma decoração Almodóvar, entendi exatamente o que ela queria dizer”, conta o arquiteto Jean de Just, francês que há dez anos vive e trabalha no Rio de Janeiro.




Claro que a proprietária, uma jornalista belga com raízes brasileiras e marroquinas, acostumada a viajar o mundo, havia escolhido o profissional certo. Jean é um adepto das misturas. “Não gosto de uniformidade visual, de escolher todos móveis do projeto na mesma loja. Prefiro um bom garimpo”, explica. A trajetória do arquiteto em sua terra natal contribuiu para essa visão. Ainda na faculdade, em Paris, ele estagiou com Alain-Charles Perrot, um dos arquitetos habilitados a restaurar monumentos tombados, e participou de obras no Louvre, no Grand Palais e na Ópera Garnier, entre outros. “Nesses trabalhos, desenvolvi um olhar para o detalhe, pois era comum ter de recompor ornamentos, como as boiseries”, relata. Mais tarde, Jean se tornou o braço direito de Alberto Pinto (1943- 2012), um dos decoradores mais conhecidos do mundo. “Com ele, aprendi a equilibrar as proporções e a ser eclético. Alberto conseguia apreciar todos os estilos. Essa cabeça aberta é fundamental para você não limitar sua criatividade”, acredita. Ao se mudar para a capital fluminense, Jean tropicalizou sua bagagem europeia e incorporou o espírito descontraído dos brasileiros.



A dona deste apartamento decidiu contratá-lo porque amou o que viu no Instagram do arquiteto. “Ela é muito extrovertida e queria um espaço fora do padrão”, diz o profissional. O imóvel, no Leblon, serve de base para temporadas de férias. Desde as primeiras conversas, a proprietária deixou claro que tinha um orçamento restrito. Em contrapartida, deu liberdade para que Jean pudesse ousar. Almodóvar, obviamente, inspirou o colorido. Mas como acertar nas combinações? “Algumas junções já sei que funcionam porque usei em projetos anteriores ou vi em referências. É o caso do laranja com rosa do quarto da moradora e do vermelho com azul da cozinha”, ensina.



Para experimentar novas paletas, ele aposta nos testes com amostras de tinta e garante que ninguém precisa ter receio de enjoar. “Cansou? Muda o tom. Pintar a parede é fácil, rápido e barato”. Sem medo de arriscar, Jean criou um décor surpreendente, como a proprietária imaginava.


Arquitetura & Interior Design: Jean de Just – @jdjdesignrio

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