Especialistas no tema mostram as vantagens do ladrilho hidráulico, além de dicas de manutenção e instalação

ladrilho hidráulico é uma excelente opção para trazer originalidade à arquitetura de uma casa ou apartamento, sendo procurado pelo seu visual único e alta durabilidade. As arquitetas Vanessa Paiva e Claudia Passarini, que dão nome ao escritório Paiva e Passarini Arquitetura são apaixonadas por esse material artesanal e compartilham algumas dicas de como acertar em seu uso. 

Mas, primeiro, o que é o ladrilho hidráulico? A dupla explica que o nome do produto revela um de seus grandes diferenciais: ao contrário da cerâmica ou do porcelanato, que passam por um processo de queima, ele é curado na água. Feitas à base de cimento, todas as peças são produzidas individualmente, apresentando certa variedade na espessura e cor e, quando há desenhos, os mesmos podem ter pequenas diferenças entre si.  

Para Vanessa e Claudia, a versatilidade é justamente a qualidade mais atrativa. “O fato de que podemos criar desenhos ou, até mesmo, trabalhar em cima de estampas existentes e personalizar as cores, proporciona uma adaptabilidade sensacional a qualquer projeto”, conta Vanessa. Ela também sinaliza a importância do cuidadoso trabalho manual: “o que nós enxergamos de melhor na história é a questão de ser um produto ainda artesanal, o que é cada vez mais raro no mundo de hoje”. Desde a sua introdução na Exposição Universal, realizada em Paris no ano de 1876, até os dias atuais, a confecção do ladrilho hidráulico permanece à mão. 

As características tão variáveis desse revestimento histórico, que, antes de voltar à moda, teve seu auge nas décadas de 1930 e 1940, ajudam a refletir não só no estilo de determinada parte do chão ou mobiliário, mas também o tom do espaço como um todo: clássico, rústico, retrô ou contemporâneo. E o melhor é que o material é muito facilmente restaurado, o que traz uma nova vida ao seu aspecto depois de alguns anos. É exatamente por isso que ele é amplamente conhecido pela sua durabilidade e, claro, esse é mais um motivo que faz as arquitetas do Paiva e Passarini adorá-lo. 

No que diz respeito às dimensões, não existe um tamanho único. O importante é prestar atenção na hora da aplicação, tomando cuidado com a paginação. Como com qualquer tipo de material, preza-se pela suavidade para evitar, por exemplo, um corte brusco ou muito pequeno. 

Para a colocação de ladrilhos em pisos e paredes tanto de áreas molhadas como secas, recomenda-se o uso da argamassa do tipo AC III (de preferência na cor branca). O rejunte deve ser do tipo flexível. Também é imprescindível que se faça a impermeabilização após o assentamento e o rejuntamento.  

É importante ressaltar que se tome cuidado para não sujar os ladrilhos durante o processo e, caso isso ocorra, é recomendado que sejam limpos imediatamente. Após o trabalho, caso ainda permaneça algum tipo de mancha, a indicação é pela limpeza com detergente alcalino. 

O principal erro cometido pelas pessoas é a utilização de produtos químicos para a limpeza das peças, o que pode danificá-las, em razão de sua composição.  

1. Piscinas 

O ladrilho colorido que as arquitetas selecionaram para complementar a piscina dá um toque especial, fugindo da monotonia. A ideia foi criar um tapete nesta área, onde o cliente pode usar mesas, espreguiçadeiras e cadeiras.  

A piscina desta residência passou por reformas com o Paiva e Passarini e ganhou uma composição de ladrilhos com desenho em colmeia, muito comum nas clássicas casas da França, Inglaterra e Europa.  

O revestimento ajuda a compor o ambiente bucólico, com toque retrô, e combina perfeitamente com os elementos naturais encontrados neste espaço, caso da madeira da estrutura do pergolado e dos tijolinhos aparentes da construção principal. 

2. Bancadas 

Nós gostamos muito da ideia de não trabalhar com muitos materiais, de apostar no peso de elementos únicos, especialmente naturais”, comenta Claudia. Ela e a sócia escolheram o ladrilho hidráulico para marcar presença nesta área de lazer. 

Harmonizar os dois diferentes tipos pode ser um desafio, porém, o resultado se torna ainda mais interessante. Nada impede fazer um mix de desenhos, contanto que o restante do ambiente não tenha muitas estampas. O mesmo vale para as cores que, por si só, apresentam outra infinidade de possibilidades. 

Uma das grandes jogadas é o assentamento em meia esquadria, para que as juntas batam perfeitamente e o desenho tenha uma continuidade imperceptível, tanto no tampo, como nas laterais. “Onde, geralmente, entraria um granito ou mármore, escolhemos o estampado para surpreender”, complementa Vanessa.  

3. Sala de jantar

Quando as profissionais à frente do escritório Paiva e Passarini dizem que o ladrilho hidráulico consegue, facilmente, compor vários espaços da casa, elas querem dizer todos os espaços mesmo. Partindo de sua inspiração no trabalho do arquiteto Paulo Mendes da Rocha, o piso em desenho geométrico é o que prende o olhar. Ele foi idealizado para cumprir o papel de um tapete que, se fosse de outro material, não seria muito prático para a limpeza, afinal, é uma área de circulação de comidas e bebidas.  

A mesa de vidro realça a estética atemporal, trazendo leveza ao cômodo. Ao mesmo tempo que a transparência destaca a estampa do ladrilho, evita que o decór fique sobrecarregado. Além disso, a escolha favorece a harmonia com o restante do projeto, que possui um ar de modernidade e inovação. 

4. Varandas e espaços integrados 

Neste projeto, nosso objetivo era reforçar um estilo rústico e criar um lugar bem aconchegante, com referências afetivas. Por isso, optamos pela mistura do tijolo de demolição e do ladrilho com a estampa ‘casinha de abelha’, que remete às construções antigas”, conta Claudia sobre a reforma dessa varanda. 

As arquitetas também selecionaram mobiliário que faz jus a ambientação retrô, que dita completamente o visual dessa área externa, apostando nos tons terrosos e nas poltronas de madeira. 

Paiva e Passarini – Arquitetura – www.paivaepassarini.com.br@paivaepassarini