Galatea inaugura sede nos Jardins em edifício brutalista de São Paulo

Assinada pelo KAS ARQ, nova galeria ocupa o térreo e o primeiro andar do Edifício Thais, preservando a estrutura original de 1978 e inserindo linguagem contemporânea

Texto: Redação Habitare Fotos: Ruy Teixeira

A Galatea inaugurou sua nova sede em São Paulo, no bairro Jardins, em um endereço emblemático da arquitetura brutalista: o Edifício Thais, projetado em 1978 pela arquiteta Maria Luiza Correa. O espaço de 430 m² ocupa o térreo e o primeiro andar, abrigando salão expositivo, viewing room, escritório e acervo. À frente da direção estão Antonia Bergamin, Conrado Mesquita e Tomás Toledo, enquanto o projeto arquitetônico é assinado pelo escritório KAS ARQ, sob comando de Klaus Schmidt.

A proposta foi preservar as características originais da construção, resgatando sua estrutura em concreto e ampliando o pé-direito ao demolir o forro. O concreto aparente aparece em piso e teto, em contraste com as paredes brancas, granilite nos bancos e bancadas, aço carbono na escada e vidro texturizado na fachada. A intenção foi trabalhar com poucos materiais, explorando o jogo de formas, volumes e texturas de modo a criar um ambiente sutil, que valoriza a arte exposta sem competir com ela.

A iluminação, concebida em parceria com o Camille Laurent Studio, tornou-se um dos elementos de identidade da galeria. O sistema totalmente dimerizável, composto por tubos de LED suspensos e spots direcionáveis, garante flexibilidade aos cenários e destaca a presença das vigas estruturais. No interior, bancos fixos foram posicionados para convidar à contemplação e à permanência. O paisagismo de Paula Bergamin trouxe vitalidade à fachada e ao interior, com espécies tropicais de folhas volumosas que dialogam com o concreto aparente.

A curadoria do mobiliário reforça a união entre arte e design, com peças de Giuseppe Scapinelli, Geraldo de Barros, Abraham Palatnik e Sergio Rodrigues, além de mesas laterais de Lucas Recchia. Um grande banco de madeira inspirado no design nova-iorquino e o tapete em lã natural no viewing room completam a ambientação, equilibrando móveis de época e criações contemporâneas.

Mais que um espaço de exposição, a Galatea se consolida como ambiente de convivência, marcado pela fusão entre brutalismo, contemporaneidade e a experiência sensível da arte.