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22 de novembro de 2023

Clima de Férias



Materiais rústicos, texturas naturais e uma decoração que rima aconchego com leveza transformaram esta casinha em Angra dos Reis (RJ)


O décor encanta desde a entrada, onde a seleção de objetos já indica que estamos no litoral. O móvel de apoio foi pintado no mesmo tom da porta.



Com tanta beleza lá fora e as diversas atividades proporcionadas pela natureza exuberante de Angra dos Reis, o imóvel não precisava ser grande. “Ele soma apenas 110 m² e, quando estão por lá, os proprietários passam praticamente o dia passeando de barco. Mesmo assim, fizeram questão de ter um espaço muito confortável e bem decorado”, diz a arquiteta Paola Ribeiro.



Segundo o regulamento do condomínio, onde a construção está localizada, não é permitido alterar as feições externas da arquitetura nem as cores da fachada. Por dentro, porém, a transformação foi completa. Paola trocou os acabamentos, integrou a cozinha à sala, incorporou a área de uma pequena varanda ao estar e obteve autorização para erguer uma pérgula de madeira, sob a qual instalou a mesa de refeições.



A arquiteta sabia de antemão que a família, composta de casal e filho adolescente, iria curtir os jantares ao ar livre, com vista para o céu estrelado e o canal que atravessa o terreno — afinal, são seus clientes há dez anos. “Já fiz vários projetos para eles”, conta.


A cumplicidade adquirida com o convívio ajudou a pensar em cada detalhe. “Praticidade era importante. Na praia, a ideia é relaxar, ninguém quer se preocupar com manutenção. Por isso, escolhi um piso de caco de granito bruto, com corte serrado, fácil de limpar”, explica Paola. Depois de instalada, a pedra compôs uma superfície de visual orgânico e irregular, perfeita para receber o estilo de decoração planejado. “Para mim, casa no litoral precisa ter cara de praia de verdade, ser mais rústica, mais leve. Não faria sentido reproduzir um ambiente urbano aqui”, diz a arquiteta.





Gosto da ideia de oferecer uma mudança de cenário, pois isso favorece o descanso.” A atmosfera desejada veio com o uso da madeira aparente, das tramas de fibra natural, das paredes cobertas de lambri e de um mobiliário despretensioso. “Aconchego é uma palavra muito importante no meu trabalho. O que traz essa sensação são os materiais com diversas texturas, além da produção de objetos, que amo fazer”, afirma.

Sempre que possível, a arquiteta vai pessoalmente às lojas garimpar os arremates finais do décor — quando não consegue, recorre a fotos de sites e redes sociais. Depois, se encarrega de encontrar o local certo para cada peça. “É um quebra-cabeça: coloco, tiro, olho, mudo”. E assim, preenchida com maestria e cuidado, a casa vira um lugar gostoso, em que dá vontade de entrar e não ir mais embora. Este projeto não deixa dúvida disso.



No estar, a diversidade de texturas torna o espaço acolhedor: um tapete de fibra natural foi sobreposto ao piso de granito bruto e a parede recebeu lambri. Junto ao forro de madeira, a prateleira, que contorna todo o ambiente, cumpre tripla função: acomoda objetos, disfarça uma viga e embute a iluminação indireta. O balanço marca o trecho antes ocupado pela varanda, agora anexada à parte interna.



Paola desenhou e mandou fazer a cabeceira de junco, mesmo material da mesa lateral. “Usei muita fibra tramada para acrescentar textura aos ambientes”, explica. A roupa de cama evoca as cores do mar.

Fiz uma decoração rústica porque acredito que o refúgio do fim de semana precisa ter conexão com o lugar onde está inserido. Sair da sintonia urbana e mudar de cenário ajuda a descansar” Paola Ribeiro Arquiteta.

Paola Ribeiro Interiores – @paolaribeirointeriores

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Atualizado: 24 de abr.



Materiais rústicos, texturas naturais e uma decoração que rima aconchego com leveza transformaram esta casinha em Angra dos Reis (RJ)


O décor encanta desde a entrada, onde a seleção de objetos já indica que estamos no litoral. O móvel de apoio foi pintado no mesmo tom da porta.



Com tanta beleza lá fora e as diversas atividades proporcionadas pela natureza exuberante de Angra dos Reis, o imóvel não precisava ser grande. “Ele soma apenas 110 m² e, quando estão por lá, os proprietários passam praticamente o dia passeando de barco. Mesmo assim, fizeram questão de ter um espaço muito confortável e bem decorado”, diz a arquiteta Paola Ribeiro.



Segundo o regulamento do condomínio, onde a construção está localizada, não é permitido alterar as feições externas da arquitetura nem as cores da fachada. Por dentro, porém, a transformação foi completa. Paola trocou os acabamentos, integrou a cozinha à sala, incorporou a área de uma pequena varanda ao estar e obteve autorização para erguer uma pérgula de madeira, sob a qual instalou a mesa de refeições.



A arquiteta sabia de antemão que a família, composta de casal e filho adolescente, iria curtir os jantares ao ar livre, com vista para o céu estrelado e o canal que atravessa o terreno — afinal, são seus clientes há dez anos. “Já fiz vários projetos para eles”, conta.


A cumplicidade adquirida com o convívio ajudou a pensar em cada detalhe. “Praticidade era importante. Na praia, a ideia é relaxar, ninguém quer se preocupar com manutenção. Por isso, escolhi um piso de caco de granito bruto, com corte serrado, fácil de limpar”, explica Paola. Depois de instalada, a pedra compôs uma superfície de visual orgânico e irregular, perfeita para receber o estilo de decoração planejado. “Para mim, casa no litoral precisa ter cara de praia de verdade, ser mais rústica, mais leve. Não faria sentido reproduzir um ambiente urbano aqui”, diz a arquiteta.





Gosto da ideia de oferecer uma mudança de cenário, pois isso favorece o descanso.” A atmosfera desejada veio com o uso da madeira aparente, das tramas de fibra natural, das paredes cobertas de lambri e de um mobiliário despretensioso. “Aconchego é uma palavra muito importante no meu trabalho. O que traz essa sensação são os materiais com diversas texturas, além da produção de objetos, que amo fazer”, afirma.

Sempre que possível, a arquiteta vai pessoalmente às lojas garimpar os arremates finais do décor — quando não consegue, recorre a fotos de sites e redes sociais. Depois, se encarrega de encontrar o local certo para cada peça. “É um quebra-cabeça: coloco, tiro, olho, mudo”. E assim, preenchida com maestria e cuidado, a casa vira um lugar gostoso, em que dá vontade de entrar e não ir mais embora. Este projeto não deixa dúvida disso.



No estar, a diversidade de texturas torna o espaço acolhedor: um tapete de fibra natural foi sobreposto ao piso de granito bruto e a parede recebeu lambri. Junto ao forro de madeira, a prateleira, que contorna todo o ambiente, cumpre tripla função: acomoda objetos, disfarça uma viga e embute a iluminação indireta. O balanço marca o trecho antes ocupado pela varanda, agora anexada à parte interna.



Paola desenhou e mandou fazer a cabeceira de junco, mesmo material da mesa lateral. “Usei muita fibra tramada para acrescentar textura aos ambientes”, explica. A roupa de cama evoca as cores do mar.

Fiz uma decoração rústica porque acredito que o refúgio do fim de semana precisa ter conexão com o lugar onde está inserido. Sair da sintonia urbana e mudar de cenário ajuda a descansar” Paola Ribeiro Arquiteta.

Paola Ribeiro Interiores – @paolaribeirointeriores

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