O coreógrafo e paisagista João Saldanha mostra a casa onde vive, em Maricá, Rio, com 1.400m² de jardins exuberantes concebidos por ele próprio

João Saldanha, 61 anos, é coreógrafo e encenador de espetáculos de dança e teatro. Seus trabalhos mais recentes: direção e dramaturgia do espetáculo online “Antes D+ Nada” na plataforma digital You Tube, filmada em julho de 2020. O espetáculo de dança “O Lugar mais escuro é embaixo da luz” foi seu último trabalho presencial, realizado em outubro de 2019, com temporadas no SESC de São Paulo e do Rio.

Além desse talento, João Saldanha se dedica ao paisagismo desde 1990. Começou fazendo o próprio jardim e, em seguida, do cunhado. Foi quando ele se deu conta que a atividade que era apenas um hobby poderia virar também uma profissão, em paralelo à dança, já que os amigos elogiavam bastante seus projetos.

Em 1995, João fez o paisagismo da cobertura de um empresário francês e, logo depois, da varanda do então casal Dora Pelegrino e Fábio Barreto, na Lagoa. Ele destaca ainda a reforma do jardim da casa de um advogado no Lago Norte, em Brasília. Em 2004, foi a vez da cobertura do diretor da Bienal de Dança de Lyon, Guy Darmet. Em 2007, a casa de um casal amigo, na Praia da Ferradura, em Búzios, e mais recentemente, uma cobertura em Copacabana e o jardim de inverno do novo apartamento de seu companheiro, o arquiteto Francisco Palmeiro, também em Copacabana.

Sua casa foi construída pelo lendário técnico de futebol, jornalista e escritor João Saldanha e dada de presente ao seu filho, de mesmo nome, em 1982, inicialmente, como um local de lazer e fins de semana. No entanto, em 1990, ano em que seu pai faleceu, João decidiu se mudar de vez para lá, onde ficou até 2007. “Trabalhando diariamente no Rio, na época fui atraído pela qualidade de vida e pelo espaço externo”, justifica ele.

A casa tem estilo praiano, com piso em cimento queimado e cerâmica (com alguns tapetes Kilim), telhas de cerâmica e mourões de madeira escura, paredes externas em tom rosa mosqueta, com portas de madeira e vidro e janelas verdes. Os móveis são, em sua maioria, de madeira, em estilo moderno dos anos 60 ou colonial, com algumas peças de família e de artesanato mineiro e indígena. A residência tem ainda muitos quadros de valor afetivo para João, tanto de artistas plásticos como de arquitetos: tem obras de Firmino Saldanha (tio-avô), Chico Cunha (amigo de infância), Ione Saldanha (tia), Alexandre Gaudereto e dois desenhos de Beatriz Milhazes. A casa possui três varandas, com cinco redes, duas no andar térreo e três no andar superior.

João considera os jardins exuberantes de sua casa bastante especiais. Além de estarem totalmente integrados com a natureza ao redor, a forma como foram concebidos elimina a perspectiva de fronteira e a vista do habitat do vizinho. É um paisagismo diverso, com uma grande variedade de espécies, entre as quais se destacam Cássias, Flamboyants, pau-brasil, Chefleras, ipês, coqueiros e palmeiras. E ainda bananeiras decorativas, ravenalas, helicônias, estrelitzas, philodendrons, costelas-de-adão, Espadas-de-São-Jorge, bromélias diversas, samambaias, cactos, lavandas, platiceriuns, orquídeas, jasmins, alamandas e hibiscos, entre tantas outras espécies. “É um espaço que nos leva para dentro, ainda que incite a curiosidade exterior”, avalia ele.

Para a manutenção, tenho um ajudante, o Jonas, que semanalmente faz podas e mantém limpos o gramado e os canteiros. No verão, a irrigação é diária e, no inverno, três vezes na semana. Aplico anualmente uma tonelada de substrato para gramados e 500 quilos de substrato para folhagens. Faço as podas dos arbustos e buganvílias no mês de março e abril”.

Sendo hoje o Dia do Meio Ambiente, estes Jardins Exuberantes de João Saldanha rendem homenagem à nossa Mãe Natureza!!