Arquiteta Juliana Cascaes transforma loft em galeria de arte na 37ª CASACOR São Paulo, destacando técnica de madeira queimada e elementos sustentáveis
A arquiteta e especialista em design de interiores, Juliana Cascaes, participa da 37ª edição da CASACOR São Paulo, a maior mostra de arquitetura, design de interiores e paisagismo da América Latina, que acontece entre 21 de maio e 28 de julho no Conjunto Nacional, em São Paulo. O espaço Galeria de Arte Martins e Monteiro possui 150m² e parte da ideia de recriar um loft localizado em Nova York. “Minha maior projeção foi valorizar a arquitetura local do Conjunto Nacional, idealizado por David Libeskind em 1950 e tombado como patrimônio histórico desde 2005”, conta a profissional.
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Partindo dessa ideia, o loft foi concebido com o conceito de uma galeria de arte, imaginando que um colecionador de arte vivesse no espaço. Destaque para o piso de madeira de demolição, desenvolvido pela Casa Volpe, exclusivamente para a Galeria de Arte, utilizando uma técnica japonesa chamada “Shou Sugi Ban”, que consiste em queimar a madeira para torná-la mais resistente. “Utilizamos essa técnica em todo o piso e, o mais interessante é que podemos reaproveitá-lo completamente após a mostra”, conta Juliana.
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No espaço, as paredes foram preservadas para contar a história completa do prédio. De acordo com Juliana, todos os elementos da galeria têm um propósito artístico. “Mantivemos os pilares, vigas e o forro originais, promovendo a sustentabilidade e honrando a memória do edifício”, explica a arquiteta.
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Para aproveitar a luz natural oriunda do ambiente ao lado, foi incorporado elementos como um Cobogó da marca Castelatto, que ampliou a entrada de iluminação e a ventilação cruzada. Já as colunas de tijolo inglês da Palimanan, feitas de cimento sustentável e na cor terracota, remetem às antigas colunas gregas, reinterpretadas de forma contemporânea, também trouxe aconchego e harmonia na utilização de tijolinhos. Essa tendência de tonalidade, Juliana trouxe de suas viagens de suas inúmeras viagens para Milão e sua visão apurada trazida dos eventos de design globais.
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Outro ponto que merece destaque no projeto é a iluminação. “Optamos por utilizar as lâmpadas de IRC 99, que realçou as cores das obras de arte e do piso. As luzes direcionáveis foram instaladas de maneira exposta, valorizando cada peça de arte e objeto de decoração” com a profissional.
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O espaço Galeria de Arte traz também referências dos antepassados e alguns objetos vem com uma releitura mais moderna. “ Trouxe minha memória afetiva através do trabalho meu avô, Sylvio Sebastiani, que era jornalista político e muito influente na cidade onde morava. A escrivaninha que compõe o ambiente era onde ele escrevia seus artigos e também redigiu três livros”, conta Juliana.
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Os móveis foram pensados para ser obras de arte no ambiente. Entre as peças, um sofá da década de 1980, uma mesa lateral com pés em PVC, ferro e tampo de mármore dão o tom lúdico ao lado do banco de Ipê roxo e as cadeiras de palhinha antigas.
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E para trazer ancestralidade ao espaço, Juliana trouxe uma obra de arte mestre Dicinho – bastante conhecido por sua atuação no tropicalismo e que atualmente atua na pintura, na escultura, na cenografia, no figurino e na performance. Uma instalação temporária na cor azul de Lidia Okamura, pintada em uma das paredes do espaço, oferece uma experiência visual única se observada de diferentes ângulos.
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No espaço de Juliana, a mistura de estilos é evidente, combinando elementos industriais, clássicos e contemporâneos. A porta de latão amassado, da Latão e Arte, e as cadeiras clássicas de Maria Tereza Alves com estofado azul, contrastam com uma obra moderna de Lidia Okamura, criando uma harmonia eclética e sofisticada.
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“Meu projeto busca honrar o passado enquanto aponta para o futuro. Através de uma releitura moderna de elementos tradicionais e sustentáveis, criamos um ambiente que celebra a ancestralidade e a história, deixando um legado para as próximas gerações”, finaliza Juliana.
Juliana Cascaes – @julianacascaes.arq