A cortina ecológica captura CO2 da atmosfera e armazena aproxim. um quilo de dióxido de carbono por dia, equivalente ao de 20 árvores grandes

A mudança climática é um dos maiores desafios humanos, e por isso, muitos arquitetos estão correndo contra o tempo para criar soluções inovadoras que se adaptem ao meio ambiente. Pensando nisso, a empresa de arquitetura ecológica de Londres, EcoLogic Studio, através de uma parceria com o Urban Morphogenesis Lab na UCL e o Synthetic Landscapes Lab, na Universidade de Innsbruck, criou uma “cortina urbana” viva, projetada para sugar carbono enquanto fica sobre a fachada dos edifícios. O produto é conhecido como Photo.Synth.Etica, que na prática, aproveita a fotossíntese para remover a poluição do ar urbano.

Os arquitetos pensaram na cortina como um produto que não só poderia ser integrado em novos edifícios, mas também adaptado sobre edifícios existentes em todo o mundo. Um protótipo do Photo.Synth.Etica foi estendido em dois andares do prédio da Printworks, em Dublin, durante a Cúpula de Inovação Climática de 2018, realizada em novembro.

O protótipo é composto por 16 painéis bioplásticos, cada um medindo 2 metros de largura e 7 metros de altura. Cada painel individual é um fotobiorreator embutido com tubos de serpentina que servem como incubadoras para algas. O projeto usa luz do dia e ar para alimentar as culturas vivas de microalgas, aproveitando o processo de fotossíntese natural, sugando o carbono.

De acordo com a EcoLogicStudio “cidades inteligentes, casas inteligentes, veículos autônomos e fábricas robóticas dominam o panorama atual de cenários futuristas populares”. Além disso, a empresa ressalta que arquitetos precisam reformular suas práticas para apoiar e gerar outras transições societárias benéficas. A “cortina urbana” é apenas uma das maneiras pelas quais essa transição pode se desdobrar.

Com o Photo.Synth.Etica, o ar urbano não filtrado entra pelo fundo da cortina, ponto em que as bolhas de ar naturalmente viajam para cima através do meio de algas aquosas nos tubos bioplásticos. Em tempo real, a cortina de algas captura e armazena aproximadamente um quilo de dióxido de carbono da atmosfera a cada dia, o que equivale a 20 árvores de grande porte. Ao mesmo tempo, o oxigênio fotossintetizado é liberado de volta ao ar a partir do topo da unidade.

Além do ‘’sequestro de carbono’’, o Photo.Synth.Etica oferece várias vantagens adicionais nessa cortina ecológica. Em primeiro lugar, a cortina inteira funciona como um dispositivo de sombreamento solar, reduzindo efetivamente as demandas do sistema HVAC (climatização e conforto térmico) da estrutura. Além disso, a biomassa reutilizável produzida pela cortina pode ser aproveitada para criar combustível ou reciclada em material bioplástico, como o usado originalmente para fazer a cortina.

Saiba mais em www.photosynthetica.co.uk/urban-algae-clad