Apartamento clean, sem excessos, e uma atmosfera despojada, em sintonia com o life style à beira-mar da zona sul carioca

Depois de realizar um antigo sonho de conhecer a América do Sul, o advogado americano Andrew Schaeffer, 37 anos, se apaixonou pelo Rio de Janeiro e, o deveria ser uma curta temporada, acabou se estendendo por meses, até que ele decidiu fincar raízes em Ipanema, comprando este apartamento de 160m², já com a intenção de reformar para se tornar sua residência oficial.

A pandemia foi um processo de mudanças profundas para o advogado americano Andrew Schaeffer, 37 anos, que saiu de Nova Iorque para realizar um antigo sonho de conhecer a América do Sul e acabou se apaixonando pelo Brasil, em especial, o Rio de Janeiro. O que deveria ser uma curta temporada acabou se estendendo por meses, até que ele decidiu fincar raízes na capital carioca, comprando um apartamento de 160m2, em Ipanema, já com a intenção de reformar para se tornar sua residência oficial. 

Em seguida, Andrew procurou os arquitetos Marina Romeiro e Felipe Maia, do escritório Maia Romeiro Arquitetura, para encomendar um projeto de reforma completa, incluindo a decoração.No geral, ele nos pediu uma planta circular para que pudesse ter acesso aos cômodos sem ter que dar a volta em todo o imóvel, a eliminação de um dos três quartos para criar uma suíte máster com closet e a ampliação da cozinha, que incorporou uma parte do banheiro vizinho”, conta a arquiteta Marina. “Já na decoração, o Andrew queria um apartamento clean, com uma pegada mais masculina, sem excessos, e uma atmosfera despojada, em sintonia com o life style à beira-mar da zona sul carioca”, acrescenta o sócio Felipe.

A base da sala, bem como de todo o apartamento, é neutra, permeada por madeiras naturais, tons de cinza e detalhes em preto, para que o americano tivesse mais liberdade de alterar o estilo da casa futuramente, sem precisar fazer grandes intervenções – afinal, ele adora viajar e trazer objetos de recordação por onde passa. O piso, por exemplo, foi revestido em réguas de cumaru. “Como o cumaru é uma madeira um pouco escura, para não pesar visualmente, optamos pelo carvalho americano, de tonalidade mais clara, em boa parte da marcenaria”, pontua Marina. Com exceção da cortina, que é branca, a maior parte dos tecidos tem tons de cinza, assim como o tapete claro, que acrescenta um toque de aconchego ao espaço. As cores aparecem em tons suaves nas almofadas e vibrantes na gallery wall da entrada e no verde das plantas. Na sala de jantar, a cor também se faz presente através dos dois quadros apoiados no aparador, contrastando com a textura cimentícia da parede ao fundo, que imita réguas de concreto.

Segundo os arquitetos, a combinação de design e conforto norteou a seleção dos móveis da sala, com destaque para a poltrona Trevo Drink, assinada pela Prototype, o carrinho-bar Teca, do designer Jader Almeida, e as cadeiras de jantar Agda. Todos os quadros da sala foram comprados pelo cliente nos EUA, enquanto o projeto era elaborado.

Outro destaque no apartamento é o quarto transformando em escritório, adaptado para acomodar hóspedes. Como o cliente queria um pano de fundo bacana para as reuniões online e ele não gostava da ideia de usar um sofá-cama destinado aos hóspedes, os arquitetos projetaram uma cama retrátil camuflada em um painel ripado, ladeada ainda por dois módulos de armário. “O painel ripado aparece também no hall de circulação, mimetizando tanto a porta do banheiro social como do escritório”, revela Felipe.

A cozinha possui bancadas de Ultracompact em L, com direito a espaço para refeições rápidas, e um painel de azulejos com estampa modernista azul, que remete a andorinhas. Cozinha e área de serviço estão separadas apenas por uma porta de correr, executada em serralheria preta com vidro canelado, permitindo não só a integração dos espaços (quando necessário) como também a presença de luz natural que vem da janela próxima à máquina de lavar. Aqui, a linguagem estética e a escolha de materiais seguem o padrão adotado na sala, com uma base mais neutra, permeada por madeira, cinza e branco.

Nosso maior desafio neste projeto foi a comunicação, pois, no início, o Andrew não falava português. Além disso, entender o estilo e a essência dele também foi bastante desafiador, não só por ele ser estrangeiro como também por todas as recentes transformações em sua vida. Depois que conseguimos identificar o gosto e o estilo do cliente, tudo fluiu super bem”, conclui a arquiteta Marina Romeiro.

Maia Romeiro Arquitetura – @mr.maiaromeiro