O imóvel era bem destruído e mal dividido, mas ainda assim consegui ver seu potencial e várias características que gosto muito em apartamentos antigos

Quando entrei nesse apartamento pela primeira vez ele estava bem destruído, mal dividido, mas me veio um estalo: é esse! Consegui ver o potencial que ele tinha e várias características que gosto muito em apartamentos antigos. 

Mantive o piso de taco, que foi uma bela surpresa quando vimos a cor verdadeira dele depois da raspagem. Adoro o pé direito alto e mantive as sancas decorativas que acho super charmosas.

A primeira coisa foi derrubar o máximo de paredes para integrar os ambientes. A sala cresceu bastante, integrando o primeiro quarto e eliminando o corredor. Optei por compor os espaços com móveis soltos, versáteis, pois de vez em quando gosto de mudar as coisas de lugar, experimentar novas composições.

A cozinha era super apertada, escura, com uma ventilação ruim e pouco espaço de bancadas. Quando demolimos as paredes me deparei com uma tubulação de águas pluviais do prédio, que não podia ser mexida. Então optei por deixar aparente e pintar de preto, combinando com o estilo da decoração e das luminárias da sala de jantar.

Para a cozinha escolhi um piso lindo estampado que acho que faz uma relação bacana do antigo com o novo. E para as paredes o tijolinho preto. Acho que os tons escuros não escurecem o ambiente, e sim dão mais vida aos elementos coloridos que colocamos na frente. 

A área de serviço ficou escondida por trás do painel de entrada, que chamamos de “passagem secreta”.

O banheiro era um só, bem amplo, que demoli e transformei em dois, uma para meu quarto e o outro servindo de banheiro social.

Nos quartos mexi menos, mas quebrei a parede entre eles e tirei os armários embutidos para criar um closet para meu quarto.

No segundo quarto criei um ambiente de escritório e ateliê de arte para minhas criações. 

Acredito que a casa conta a história de quem mora nela. É uma coleção do que os moradores amam. Na minha casa várias peças têm significados especiais e memórias afetivas. Eu amo viajar e trazer um pouquinho da experiência para casa. Adoro garimpar em feiras e mercados locais. Dá vontade de trazer tudo! Sempre dou um jeito de caber na mala!

Meu quadro preferido, por exemplo, eu trouxe do Cambodia. Só de olhar para essa pintura me vem sensações muito boas, lembrando da energia tão especial daquele lugar e dos momentos únicos que vivi lá. 

Também tenho objetos de família. O baú, por exemplo, era da minha bisavó, que nasceu na França e veio para o Brasil trazendo parte da bagagem dentro dele. Outros objetos em destaque na parede foram de uma tia querida e da minha avó. Ela era pianista, me ensinou a tocar várias músicas, que resolvi emoldurar e compor na decoração. 

Vários outros objetos espalhados pela casa também são cheios de história e lembranças boas.

Paula Scholte Studio – www.paulascholte.com@paulascholte.studio