A reforma de um sobrado paulistano, deteriorado após 40 anos de uso, teve seu projeto original repensado, valorizando integração e paisagismo

Com pavimentos compartimentados, pouca claridade e circulação prejudicada, o projeto teve como partido arquitetônico repensar a área social e integrar os espaços da casa habitada por um jovem casal.

Para viabilizar as mudanças necessárias, as arquitetas precisaram superar alguns entraves, como o excesso de paredes que dividiam os espaços; uma edícula nos fundos, que ocupava 100m² do terreno do quintal e, no andar térreo, um desnível de dois degraus tornava o desafio ainda maior.

Para organizar o programa, as arquitetas propuseram na parte térrea da casa a eliminação do anexo e a remoção das divisórias, passando depois ao nivelamento do piso da área social. Segundo Mariana Andersen, isso permitiu integrar os cômodos e ampliar os jardins – inclusive o interno, o que fez com que a varanda se tornasse o principal ambiente de convívio, responsável ainda pela transição entre sala, cozinha e quintal. No andar superior está a área íntima.

Uma esquadria de vidro foi instalada na sala, na extensão da porta de correr, para aumentar a percepção do recuo lateral e a iluminação, o que possibilitou ao jardim interno ser estendido e repaginado.

A reforma fez ainda com que os ambientes passassem a se comunicar, envolvidos por uma cortina de luz solar e plantas e sob um fator ainda mais especial: fez com que os cômodos da face oeste ganhassem uma posição privilegiada para o pôr do sol.

Da rua, quem vê a casa não imagina que se trate de um sobrado – a porta principal pivotante dá acesso ao patamar intermediário da residência. Do lado direito, o escritório tem entrada à parte.

O pedido de uma cozinha parcialmente unida à área social foi atendido com a divisória vazada de concreto e marcenaria. Antes escuro e fechado, o ambiente teve a parede diante da varanda substituída por portas de correr – e a conexão dentro-fora ganhou um reforço.

Algo semelhante se deu no escritório, onde a laje fica apoiada nas paredes laterais, liberando o trecho junto ao teto para o fechamento com vidro. O pergolado de concreto armado possui quatro vigas principais que se apoiam nos pilares da fachada e se prolongam até o início do jardim interno, viabilizando o grande balanço.

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