A Casa Tijucopava prioriza a circulação livre e o método construtivo em sinergia com o espaço em que está inserida – o entorno da Mata Atlântica

A Casa Tijucopava, projeto do escritório AMZ Arquitetos, está localizada na Serra do Guararu (Guarujá, SP) e teve como partido arquitetônico priorizar a circulação livre e o método construtivo em sinergia com o espaço em que está inserida – o entorno da Mata Atlântica.

Devido ao aclive acentuado do lote, o desafio dos os arquitetos Pablo Alvarenga e Adriana Zampieri, à frente do escritório AMZ Arquitetos, foi elevar a casa ao patamar da copa das árvores, tirando proveito do espaço e criando um horizonte que se volta à praia.

O programa dividiu-se em três níveis, sendo o primeiro o subsolo da garagem, além de demarcar a raia da piscina – esse volume serve de apoio para a estrutura de madeira que define os andares onde acontecem as principais atividades da casa. No pavimento inferior organiza-se a área social, enquanto o superior recebe os dormitórios.

Também devido à inclinação do terreno, optou-se por um sistema construtivo leve e de fácil instalação. A contenção foi feita a partir do volume de concreto (elevado a 5 metros do solo) e, acima dele, ergue-se a estrutura de madeira cumaru que emoldura toda a residência.

O sistema, ancorado a partir de um aparelho de apoio em aço galvanizado, foi pré-fabricado e dividido em seis módulos de 4,5 x 3,75 metros, com balanços de 1,25 metro para cada lado. Trata-se de um método de construção que agiliza a obra, sem peças grandes e sem a necessidade de fôrma.

A modulação da estrutura de madeira se reflete na planta, sobretudo, do andar de cima. Por ser simétrica transversalmente, ela permite que o térreo se mantenha livre, enquanto as suítes dividem-se entre cinco dos seis módulos existentes.

Programa | Casa Tijucopava

A entrada é marcada pelos muros de pedra e pela íngreme rampa de acesso que se desenha conforme a topografia do terreno. Dali em diante o que se vê é um platô de concreto, e sobre ele a estrutura de madeira conformando os outros dois pavimentos do imóvel. Uma escada principal conduz os moradores ao interior da residência para mergulhar de vez no mar e na Mata Atlântica.

Passando pela garagem e subindo a escada adentra-se no piso social. Ao sair do subsolo, encontra-se um espaço completamente livre de paredes, de modo que a caixilharia de vidro faz a separação entre interior e exterior.

As portas envidraçadas não impedem que cozinha, salas de estar e jantar desfrutem da paisagem e, quando recolhidas, permitem que a área social se transforme numa grande varanda. Além disso, a integração das áreas interna e externa foi reforçada pelo piso contínuo feito de placas de mármore tunisino, que reveste o pavimento térreo, inclusive o interior da piscina.

Nas laterais externas à garagem encontram-se duas escadas secundárias que levam à área de serviço. Uma outra determina o acesso ao último piso da casa, onde alojam-se os dormitórios. A circulação aqui ocorre apenas através de uma passarela, que mantém o pé-direito duplo da área social livre. À frente, vitrôs se abrem para um jardim, favorecendo a ventilação cruzada e a iluminação natural.

Do outro lado, cinco suítes foram direcionadas para a paisagem, sendo que os banheiros ocuparam a parcela mais próxima à passarela, na parte central da laje. Para iluminar e ventilar esses ambientes, foi instalado um lanternim que vai de uma ponta a outra da casa.

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