A casa de dois andares conta ainda com vista para o pico Maria Comprida, que integra o conjunto de elevações da Serra das Araras

Um terreno de 39 mil metros quadrados cravado em Araras, distrito ecológico de Petrópolis, com vista privilegiada para o pico Maria Comprida, que integra o conjunto de elevações da Serra das Araras.  Este foi o endereço entregue aos arquitetos do escritório Ao Cubo Arquitetura, Edna Maeda, Lessa Rust, Paula Paiva e Pedro de Hollanda, para construir a casa de férias e finais de semana de uma família de quatro pessoas – os pais e dois filhos crianças. 

Os clientes, que já possuíam esse terreno, conheceram uma casa feita pelo escritório, em estrutura metálica, e gostaram da estética. Ao mesmo tempo, queriam uma casa mais tradicional, para receber a família. “A ideia foi conjugar as características tradicionais, das referências de arquitetura do cliente, com a nossa proposta de arquitetura contemporânea, mantendo o racionalismo da estrutura de aço aparente e o uso de materiais atemporais”, conta a arquiteta Paula Paiva. Todos os ambientes, tanto a sala, a cozinha, os banheiros e os quartos, fazem esse contraponto entre a tradição e o contemporâneo.  

Encontrar esse equilíbrio, aliás, foi o maior desafio do projeto, preservando a memória afetiva dos clientes. “Nos interiores, com a missão de equilibrar móveis tradicionais da casa da família, em madeira escura, com móveis contemporâneos, em madeiras claras. Já na arquitetura, contrapondo a tipologia tradicional da casa de dois andares, com telhado colonial, versus a tipologia contemporânea, com pé direito alto, forro em madeira clara e concreto aparente, além do mix de materiais”, aponta o arquiteto Pedro de Hollanda. Um exemplo mais evidente dessa mistura é visto na cozinha, onde foram utilizados ladrilho hidráulico, cerâmica tipo metrô nas paredes, bancada em concreto e as portas dos armários com chapa metálica perfurada. 

Outros destaques na arquitetura da casa são a leveza no design da escada, estruturada em barra de aço achatada e piso em madeira de tauari; e a entrada de iluminação natural, possibilitada pelo uso de seteiras, que de quebra ainda conferem movimento para a fachada, tirando a definição de frente e fundos. Já a decoração contou ativamente com a participação da cliente. Muitas peças antigas foram aproveitadas do acervo da família, que antes tinha outra casa no condomínio, como mesa e cadeiras do jantar e da copa, camas, escrivaninha do quarto do casal e banheira.

Projeto: Ao Cubo Arquitetura – www.aocuboarquitetura.arq.br@aocuboarq

Produção Visual: Ao Cubo Arquitetura + Simone Raitzik     

Paisagismo: Gustavo Martinelli