Barbara Becker projetou esta casa unifamiliar com foco na atividade social e de contemplação com a natureza em Pato Branco (PR)

Seus clientes, um casal com filhos já adultos, priorizando o reencontro com amigos e prazeres da vida, queriam o mínimo necessário para que a construção pudesse ser chamada de “casa”: um quarto para o casal, um quarto para as visitas e espaço para eventos com churrasqueira. Porém, o verdadeiro briefing surgiu a partir da tradução não de necessidades físicas, senão de desejos subjetivos demonstrados nos diálogos durante o processo, como “quero sentar nessa sacada para conversar” e sua transformação em realidade através da materialização da arquitetura.

Dois volumes distintos, correspondentes ao social e ao privado, se interceptam para formar o todo. O hall de entrada articula a circulação para as 3 áreas: o íntimo com os quartos, o social com a sala e cozinha, e o nível inferior do jardim com espaço para festas.

O terreno de topografia acentuada, que descende a partir da rua, permitiu a abertura da sala para a vista de toda a cidade. Portanto, as áreas úmidas, de serviços e de acesso estão voltadas para a rua, enquanto que as áreas mais nobres, que requerem privacidade, estão voltadas para os fundos, acompanhando toda a trajetória do sol ao longo do dia, tendo a vista da cidade ao fundo e o jardim como primeiro plano.

A vista da cidade expande a sala ao horizonte e o pôr do sol invade a área de encontros, convidando os habitantes e seus convidados à contemplação. A investigação de materiais se deu na laje em concreto aparente que revela a textura da madeira do molde e o ladrilho hidráulico do piso que valorizam o modo ainda artesanal de construção no Brasil.

O volume da casa unifamiliar é suspenso, revelando da rua o jardim aos fundos. Este jardim, que serve de pano de fundo à área social possui papel essencial na dinâmica da casa, servindo de ponto de contato entre os habitantes e o ambiente externo. O paisagismo teve foco na reestruturação ecológica do terreno, com plantas nativas. Espera-se que as arvores de médio porte plantadas criem uma nova dinâmica com o espaço interno, que terá relação direta com as copas destas. O jardim é regado com uma cisterna de agua da chuva captada da cobertura.

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